A HOMOSSEXUALIDADE E O FETICHE DE CANAÃ
por André Kanasiro | Revista Opera | 09 de maio de 2020 A Bíblia por vezes parece distante de nós, leitores modernos, deixando perguntas sem respostas e silêncios a ecoar. Uma dessas perguntas, aparentemente marginal, é suscitada em uma das primeiras narrativas de Gênesis: “Então disse a Abrão: Saibas, de certo, que peregrina será a tua descendência em terra alheia, e será reduzida à escravidão, e será afligida por quatrocentos anos, Mas também eu julgarei a nação, à qual ela tem de servir, e depois sairá com grande riqueza. E tu irás a teus pais em paz; em boa velhice serás sepultado. E a quarta geração tornará para cá; porque a medida da iniquidade dos amorreus ainda não está cheia.” (Gênesis 15:13-16) O contexto é familiar a muitos. Abrão, patriarca chamado por Deus a sair de sua terra e ir para um lugar que Deus lhe daria por herança, recebe uma revelação das mais terríveis: a terra seria dada não a ele, mas a seus descendentes, e somente após quatrocentos anos de escra