ESTILO E A MULHER CRISTÃ

por Drielly Rufca

A palavra 'estilo', para muitos religiosos, não cabe na mesma frase onde também apareça a palavra 'cristã'. Para grande parte deles, essa junção no mínimo não faz sentido, ou nem se faz necessário colocar esse assunto em pauta. Para outros, essa ideia é pecaminosa. Já vem aquela história rasa de que é vaidade e que o que importa é o interior.

Parece ser consenso que fomos criados todos diferentes. Os discursos de que cada um é uma parte diferente do Corpo e trabalha de forma única são bem ensaiados (Crença Fundamental 14).

Nossas diferenças se manifestam, entre outras coisas por meio da nossa imagem. Isso mesmo. O que vestimos, como usamos nosso cabelo, e como cada detalhe compõe o todo. Aí surge a contradição. Todos diferentes - por dentro e por fora. Mas devem se apresentar ao mundo de forma idêntica, como se vestissem uma espécie de uniforme. Parece que só dentro desse padrão a mulher cristã é de fato considerada como tal - leia-se julgada. A que passa disso é de maneira cruel e ignorante taxada de Jesabel.

Nossa imagem é o resultado de nossas crenças, aprendizados, gostos e contextos. Mais que isso, reflete nossa personalidade.

Como uma mulher criativa cabe dentro de um visual clássico? Ela não se encaixa. Como uma mulher contemporânea se identifica com a leveza do romântico?! A forma não comporta o conteúdo!

Por que insistimos na ideia de que a mulher cristã, apesar de sua individualidade e preferências pessoais deve usar roupas exatamente do mesmo molde? Os mesmos tecidos, os mesmos cortes e até mesmo a mesma paleta de cores - já que existem restrições (convencionadas exclusivamente pelo homem, claro) até com relação às mais vibrantes! Pode isso?! O meu Deus é o Deus das cores.

O que de fato é orientação divina nos diz respeito à decência. Isso é pra todos, inclusive para os homens, tão livres da condenação pela aparência em nosso meio!

O Deus que nos criou e a quem devemos ter o prazer e a alegria de servir é o Deus da diversidade, da beleza, da criatividade e perfeição! Observe Sua criação e será muito fácil entender que muitas vezes a imagem do Pai que pintamos é bem diferente do que Ele realmente manifesta por Seus feitos grandiosos. Tudo que vem dEle é lindo. Há sutileza e também exuberância. E as duas coisas são perfeitas. O 'exagerado' pavão e o comum e discreto pardal. Os dois tem um Criador em comum. Cores e formas das mais diversas. Tantas estampas são reproduções de Suas obras. Há lugar para a modéstia e também para a noiva ataviada (símbolo que o próprio Cristo usa para a menina de Seus olhos, Sua igreja, o objeto de Seu maior amor e cuidado!), embora essa última imagem seja abominável para o homem "cristão"! Todos conhecem o verso e o recitam de cor, mas jamais ousam pensar ou que dirá discutir a parte da aparência dessa noiva. Sei que isso parece chocante, porém é verdadeiro. E como "povo da verdade" devemos realmente estar abertos a toda ela.

Até quando vamos associar tudo o que tem a ver com nosso exterior (forma concreta que nos apresentamos ao mundo) como pecaminoso? Por que confundimos tanto a vaidade, aquela que é prejudicial com o amor próprio?

Princesas se apresentam e se comportam como tais!

"Vaidade de vaidades! Tudo é vaidade" - por favor, não vamos subestimar o sábio Salomão! Se referia aqui às profundezas da vida, e não à uma mulher que se arruma!

Autocuidado é mandamento "ame o teu próximo na mesma intensidade com que você se ama"! E, infelizmente, tem sido tantas vezes tratado como algo condenável!

E você, cristã, com qual dos estilos pessoais você se identifica?